Vacinação antigripal

Vacinações nas crianças: é preciso administrar a vacina antigripal ao iniciar o ano escolar? Em que casos está indicada a vacinação?

Chega o Outono. O que devemos saber da vacinação antigripal?

A gripe é uma doença infecciosa, aguda e contagiosa provocada pelos vírus Influenza A,B e C pertencentes ao grupo myxovirus, que se transmite de maneira epidémica durante os meses de Inverno.

Como os vírus gripais variam muito frequentemente as suas características, o facto de já ter tido gripe não previne novos contágios por outras espécies do vírus. Por isso, as vacinas antigripais devem ser alteradas a todos os ano para adequá-las às variantes dos vírus.

As complicações da gripe são fundamentalmente devidas às super-infecções bacterianas e necessitam tratamento antibiótico ou hospitalização: a otite média e a pneumonia são as mais frequentes, apresentando especial gravidade em idosos e crianças ou adultos afectado com doenças crónicas, incluídos os que padecem de asma.

A eficácia da vacina antigripal está relacionada com a sua capacidade para desenvolver anticorpos frente a duas proteínas presentes na membrana dos vírus da Gripe: os anticorpos contra a proteína H (hemaglutinina) evitam a aquisição da doença, e os anticorpos contra a proteína N (neuraminidase) diminui a gravidade da doença, ao evitar a difusão viral no tracto respiratório.

A prevenção verificada pelas vacinas é maior quando mais jovem é o paciente (acima dos 6 meses) e alcança o 70% da população vacinada.

Como se trata de uma vacina de vírus inactivos, não produz infecção no receptor, mesmo que as reacções locais e a febre moderada um ou dois dias depois da vacinação são relativamente frequentes.

Por que se administram as vacinas?

A administração rotineira das vacinações diminuiu de maneira importante a incidência de numerosas doenças infecciosas, bem como as suas complicações e mortalidade.

A inoculação da vacina é um dos procedimentos básicos da prevenção de doenças nas crianças.

Em cada país ou Comunidade Autónoma existe um plano anual ou calendário recomendado de vacinações sistemáticas, que se actualiza periodicamente, com base nas directivas estabelecidas pelas autoridades sanitárias de cada comunidade, que se costumam basear nas recomendações anuais da Comité de Vacinações da Academia Americana de Pediatria (AAP).

à um plano concebido para proteger as crianças, actualmente e em cada comunidade, das seguintes doenças: difteria, tétano, tosse convulsa, poliomielite, sarampo, rubéola, parotidite epidémica, hepatite A e B, meningite por Haemophilus Influenzae tipo B (HIB), meningite por meningococo tipo C, meningite por pneumococo, varicela, gripe e em algumas áreas endémicas, febre-amarela ou outras patologias infecciosas concretas.

Todas elas são doenças potencialmente graves devido à sua elevada mortalidade ou risco de sequelas graves se se apresentarem complicações.

Sobre a indicação ou a obrigatoriedade de administrar as diferentes vacinas podem existir opções diferentes, todas elas válidas, dependentes de diferentes factores: económicos, epidemiológicos, metodológicos ou bioéticos:

Pode variar-se a idade de administração, com o objectivo de adiantar a protecção das crianças perante algumas doenças prevalentes na sua comunidade ou status.

Também existem vacinas que podem ser administradas conjuntamente para evitar o número de picadas ou para ampliar o número de vacinações no tempo com o objectivo de evitar doenças potencialmente perigosas em cada caso.

Quando é recomendável vacinar-se contra a gripe?

à recomendável que toda a população objecto da vacinação seja imunizada entre 1 de Outubro e princípios de Dezembro, de maneira a que quando se iniciar a temporada gripal todos estejam já protegidos.

A via de administração é, agora, por via intramuscular (excepto os doentes com alterações da coagulação que devem receber injecção subcutânea). Existe uma nova vacina por via intra-nasal objecto de investigação com resultados prometedores.

A população infantil ou relacionada com ela devem vacinar-se contra a gripe, pois apresentam um alto risco de complicações ou de transmitir a doença à pessoas em risco:*

-Adultos ou crianças com doenças pulmonares ou cardiovasculares crónicas, incluindo a asma. -Adultos ou crianças que tenham sido submetidos a vigilância médica ou hospitalização durante o ano anterior por causa de doenças crónicas metabólicas (incluindo a diabetes mellitus), disfunções renais, hemoglobinopatias ou imunossupressão (incluindo as causadas por medicação ou HIV). -Crianças e adolescentes (dos 6 meses aos 18 anos) tratados durante um longo período com ácido acetilsalicílico – AspirinaR-, susceptíveis de complicações metabólicas por causa da gripe (Síndrome de Reye). -Mulheres que se encontrem no segundo ou terceiro trimestre da sua gravidez durante a temporada gripal. -Pessoas de 60 ou mais anos de idade. -Contactos domiciliares - inclusive crianças - de pessoas em risco.

  • Não se deve administrar a vacina antigripal a crianças menores de 6 meses, nem a pessoas com episódios prévios de alergia grave ao ovo ou a outros componentes da vacina.

O que é uma vacina? Uma vacina é uma substância que contém bactérias ou vírus mortos ou inactivos (ou parte deles).

Como se administram as vacinas?

Costumam administrar-se por injecção (subcutânea ou intramuscular), embora algumas sejam activas por via oral ou intra-nasal.

O que se passa no organismo quando se administra uma vacina?

A inoculação ou a administração de uma vacina é capaz de activar o sistema imunitário do organismo receptor que começa a fabricar defesas contra o agente infeccioso responsável por uma determinada doença potencialmente grave. Deste modo, evita-se ou atenua-se a doença natural e, especialmente, as suas complicações ou sequelas.

Em que altura não se pode vacinar uma criança?

-Se tiver febre alta ou estiver a receber tratamento devido a outra doença (consulte o pediatra em qualquer caso, uma vez que a vacinação pode ser igualmente recomendável). -Se tiver recebido recentemente gamaglobulinas ou uma transfusão de sangue. -Se tiver apresentado alguma reacção alérgica grave depois da administração de alguma vacina, não se devem administrar doses posteriores da mesma vacina ou similares. -Se a criança padecer de epilepsia ou de alguma doença do sistema nervoso não etiquetada, não deve receber a vacina contra a tosse convulsa não conjugada. (Em Espanha a vacinação pública e gratuita já se efectua com a vacina conjugada.).

Existe alguma coisa em especial que a criança não deva ou não possa fazer depois de se vacinar?

A criança pode tomar banho e realizar a sua higiene normalmente. Pode comer o que quiser, passear e tomar os medicamentos que toma habitualmente.

Que medicamentos pode tomar em caso de febre ou outra reacção à vacina (mal-estar, dor no local da injecção, etc.)?

Pode tomar paracetamol (ApiretalR, GelocatilR, TermalginR) ou outro antipirético- anti-inflamatório- tipo ibuprofeno- se tiver febre ou sentir mal-estar importante depois de uma vacinação.

Quando é contra-indicado vacinar-se contra a gripe?

As pessoas com uma doença febril aguda não devem ser vacinados até que os sintomas desapareçam. De qualquer forma, uma doença ligeira com ou sem febre, não é uma contra-indicação absoluta para a vacinação, especialmente se se tratar de crianças ou adultos com infecção das vias respiratórias superiores ou com rinite alérgica.

Por que é recomendável vacinar as crianças pequenas contra o pneumococo?

A introdução de novas vacinas como a vacina conjugada heptavalente anti-pneumocócica (PrevenarR), para as crianças de idade inferior a 2-3 anos pode evitar uma das formas mais graves de meningite bacteriana susceptível de afectar a população infantil.

Existe uma vacina contra o vírus da varicela?

De facto, já é comercializada no nosso país a vacina de vírus atenuados contra a varicela, capaz de atenuar ou de evitar a doença e as suas complicações. Embora, contudo, não esteja incluída no calendário de vacinação oficial em Espanha e em Portugal, é provável que no futuro se considere recomendável vacinar toda a população susceptível a partir dos 12 meses de idade.

O que se deve fazer se não se tiver administrado uma dose de vacina na altura indicada?

à preciso administrar a dose esquecida quanto antes (tem que se esperar pelo menos 4 semanas se a última vacina recebida era composta por vírus vivos atenuados) e continuar com o calendário de vacinação correspondente à idade do doente.

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